quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

De las pelotas - de idas e vindas, chegadas e retornos

O ano futebolístico vagarosamente se inicia e retorno a este esporádico espaço virtual para discorrer um pouco sobre inutilidades ludopédicas que nunca deixarão de ser motivo de analises, discussões e resenhas.

As equipes iniciam a temporada tentando suprir as necessidades de elenco que ficaram claras com os resultados finais do ano anterior. Esse processo é sempre difícil e conturbado, pois esbarram nas condições de mercado, nas dificuldades financeiras, nas necessidades identificadas pela equipe técnica, nas insatisfações dos jogadores que já fazem parte do elenco e pelas exigências dos torcedores de ver o seu time em destaque nos noticiários esportivos, por contratar nomes conhecidos e desejados por outros times. As equipes que conseguirem focar nas necessidades técnicas objetivas serão aquelas que terão mais sucesso.

É extremamente complicado e precipitado fazer julgamentos a respeito do quanto determinada equipe se reforçou ou enfraqueceu, antes do início das competições realmente relevantes.

Hoje a noite, começa para os times brasileiros a Libertadores da América. Grêmio e Corinthians têm confrontos eliminatórios pela fase preliminar, contra o Liverpool do Uruguai e Tolima da Colômbia, respectivamente.

A equipe gaúcha terminou 2010 jogando muito, com a melhor campanha do segundo turno do Brasileiro e conseguindo reverter uma situação de luta contra o rebaixamento, no primeiro semestre, até conquistar a improvável vaga no torneio continental. Porém, não fez jus à comemoração por este feito e começa o ano enfraquecida, perdeu jogadores importantes do elenco, caso do lateral Fabio Santos que se transferiu para o Corinthians, do meia Souza que foi para o campeão brasileiro Fluminense e acaba de perder seu artilheiro Jonas para o Valência da Espanha. Não terá dificuldades para chegar a fase de grupos da Libertadores, mas também não terá força suficiente para protagonizar duelos por glórias e títulos, azar de sua apaixonada torcida, que foi iludida pela possibilidade de volta do malabarista Ronaldinho, mera cortina de fumaça para o gradual desmanche da forte e competitiva equipe que o verdadeiro ídolo Renato Gaúcho estava conseguindo montar.

O Corinthians começa o ano como terminou o anterior. Um time formado por jogadores esforçados e batalhadores e dois ex jogadores em atividade vivendo de conquistas cada vez mais antigas. Qualquer equipe que tenha dois campeões mundiais como Roberto Carlos e Ronaldo, provavelmente os melhores de suas respectivas posições que já vi jogar, tem que ser respeitada, porém um ano a mais e, no caso de Ronaldo alguns quilos a mais, nada ajudarão no esforço dessa equipe movida por um bando de loucos torcedores para a conquista da tão sonhada glória continental. A questão não é só física, é também motivacional. Como convencer um cara como Roberto Carlos, que já foi campeão de tudo que disputou, a correr atrás do atacante do Bragantino, ou do Tolima? Como fazer o Ronaldo entender que se ele não se esforçar diariamente nos treinamentos, não conseguirá passar da marcação de volantes e zagueiros com vinte anos e trinta quilos a menos do que ele? Técnica, talento e inteligência não são suficientes. O timão continuará dependo muito mais do Dentinho, Jucilei, Bruno Cézar e outros jogadores novos, que conquistaram muito pouco e que ganham salários infinitamente menores do que os queridinhos do departamento de marketing e odiados pelo departamento físico do clube paulista. O melhor deles, que era o Elias, atual jogador da seleção e o melhor do elenco corintiano, se tocou e arrumou suas malas para jogar em Madri. Prevejo chuvas e trovoadas para o confronto de mais tarde contra os colombianos.

Os outros três times brasileiros que já estão classificados para a fase de grupos são Santos, Fluminense e Cruzeiro, os três melhores times brasileiros do último ano. Destes, o que chama mais atenção é o novo projeto da equipe santista, liderado pelo promissor e perseguido Adilson Batista. Além de ter conseguido manter suas duas jovens promessas, Ganso e Neymar, manteve a base formada por Dorival Junior e também se reforçou com jogadores talentosos e experientes. O Elano é um campeão brasileiro pelo peixe que está de volta e terá papel fundamental na equipe. O jovem lateral Jonathan, apesar da preguiçosa temporada que teve no último ano, é um jogador diferenciado para os padrões nacionais e que pode somar muito a equipe. O meio-campista Charles é um jogador mediano, mas que taticamente pode ser muito importante. Com certeza dará muito trabalho. Não sei se será campeão, mas com certeza onde jogar será certeza de futebol bem jogado.

O Fluminense liderado pelo trabalhador Muricy Ramalho, também trabalhou bem neste início de temporada e fez contratações pontuais para resolver os problemas do elenco. O zagueiro-volate Edinho possibilitará um poder de marcação e uma dinâmica tática que não era possível com nenhum dos volantes que lá estavam. O meio-campo Souza é um cara pra disputar posição com Deco. O Araújo é um atacante que pode substituir o Emerson quando necessário. E Diego Cavalieri chega pra ser o camisa 1 que os tricolores tanto sonham há décadas. Resta saber se o dono da camisa 9, o artilheiro Fred conseguirá jogar a temporada inteira, sem sofrer mais uma vez com problemas físicos, que tanto o atrapalharam ao longo de sua carreira.

Deixei para o final o que mais interessa, pelo menos pra mim. O Cruzeiro manteve a base da equipe que conseguiu por mais um ano atingir o objetivo de estar entre as melhores equipes brasileiras, mas sei que isso não basta para suprir a carência de títulos expressivos de sua torcida, da qual sofre desde a tríplice coroa de 2003. Investiu em jogadores jovens e economicamente viáveis, mas de qualidade técnica no mínimo discutível. A maioria das contratações foram para tentar resolver o setor que se mostrou o mais frágil na temporada passada, o ataque. Trouxe alternativas para o esforçado Thiago Ribeiro e para o inconstante Wellington Paulista, mas jogadores de pouca expressão e que geraram mais dúvidas do que certezas na cabeça dos torcedores. A lateral direita será o maior problema da equipe, não vejo o Romulo como o jogador capaz de tomar conta da posição. Torço pra que esteja errado. No entanto, é sem dúvida uma equipe que tem uma identidade, uma filosofia de jogo enraizada em um grupo de jogadores que conhece suas limitações, mas que também são cientes de que juntos podem vencer seus desafios.


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

De las pelotas - quando se faz o balanço final das voltas de las pelotas em 2010

Ao final de mais uma volta do planeta em torno do sol, volto para falar da temporada que termina. Um outro ano que acaba mais uma vez com o trabalhador Muricy Ramalho campeão nacional com um time que pouco encantou, mas que foi regular o suficiente para pontuar em quase todas as partidas, um sistema defensivo impecavelmente montado com zagueiros de qualidade técnica discutível, volantes trabalhadores e marcadores por natureza, um Conca encantado e atacantes esforçados que ás vezes mais atrapalharam do que ajudaram.
Cruzeiro, Corinthians e Grêmio, apontados por este modesto e esporádico colunista virtual como favoritos ao título terminaram nesta ordem como perseguidores daqueles que jogaram ao lado de Conca com a camisa tricolor. Foi um pouco assim também em 2007, quando o time celeste jogava um futebol encantador, comandado pelo agora galináceo Dorival Junior, que entendo como responsável pela remontagem de um meio-campo que mais uma vez se mostra o melhor do Brasil, quando juntou Ramirez, Charles, Leandro Domingues e Wagner. O mesmo que em 2008, modificado para melhor pelo dito insano Adilson, também desempenhou o futebol mais encantador, porém sucumbiu ao trabalho e dedicação tática dos tricolores paulistas comandados coincidentemente por Muricy.
O ano termina também com o Barcelona encantando e cada vez mais parecido com um time de playstation. É simplesmente lindo assitir a Xavi, Iniesta, Dani Alvez, Messi, Pedro e Villa jogar, até os zagueiros são jogadores diferenciados, que tratam a bola com cuidado, de cabeça erguida e procurando o passe mais simples e curto a se fazer. Assisti emocionado a goleada aplicada nos merengues madrinistas comandados por Mourinho e estigmatizado na imagem de Cristiano Ronaldo. O comandante português terá que convencer o comandado compatriota a jogar pelo time e não para aparecer esbelto na imagem HD das televisões mundiais. Terá que aprender com seu desafeto sir Alex Ferguson que conseguiu fazer o garoto prodígio lusitano trabalhar em equipe e ser responsável por um dos maiores times europeus da década.
Falando em times europeus, o início de 2011 será época de grandes confrontos na disputa do título mais importante do mundo futebolístico de clubes. O Arsenal se reencontra com o Barça para mais um confronto espetacular, muitos preveem uma goleada catalã, eu não sei se será essa mamata toda, os gunners são um dos poucos times do mundo que podem desempenhar um futebol do mesmo padrão dos espanhóis, acho também que o talento e a magia de Messi e cia triunfará mais uma vez, porém é jogo jogado e dependerá muito do confronto na Inglaterra.
O Real se encontra de novo com a pedra no sapato francesa chamada Olympique Lyon, que o desclassificou na mesma fase na Champions passada e será um baita desafio para o dito, principalmente pelo próprio, melhor técnico do mundo. Acho que a volta de Kaká ao time será o diferencial que a equipe precisa para voltar a habitar confrontos de acordo com o seu tamanho e tradição. Os italianos Inter, Milan e Roma pagarão caro por terem se classificado em 2º nos seus respectivos grupos, os atuais campeões europeus e também agora mundiais, depois de desbancar o todo poderoso Mazembe, terão que vencer os alemães de Munique, atuais vice-campeões europeus e com a base da seleção que encantou em territórios africanos. O Milan de Robinho e Imbrahimovic, e cada vez menos de Ronaldinho Gaúcho, terá que vencer os londrinos do Tottenham, que descobriram um ponta esquerdo chamado Bale, que deu um baile em Maicon na primeira fase e a Roma enfrentará os ucranianos do Shakhtar Donetsk, que se classificaram em primeiro lugar no grupo do Arsenal e vêm jogando muita bola com um quarteto ofensivo formado pelos brasileiros Douglas Costa, Jadson, Willian e Luiz Adriano.
Os ingleses sempre favoritos Chelsea e Manchester enfrentarão oponentes condizentes com suas campanhas perto da perfeição na primeira fase, os londrinos encaram o azarão Copenhagen e os garotos invictos de Manchester terão que passar dos franceses do Marselhe.
Em um balanço final não poderiam faltar as seleções do ano. Primeiro a mundial, Julio César - Dani Alvez, Piquet, Puyol e Marcelo - Xavi, Iniesta e Özil - Messi, Eto'o e Villa. Agora a nacional: Fábio - Mariano, Léo, Gum e Carlinhos - Henrique, Fabrício, Conca, Ganso e Montillo - Jonas.
Melhores do ano: Xavi e Conca
Como a década também está terminando decidi fazer seleções dos últimos 10 anos. Mundial: Dida, Cafu, Nesta, Puyol e Roberto Carlos - Gerrard, Xavi e Zidane - Messi, Kaká e Ronaldo. Nacional: Rogério Ceni - Cicinho, Edu Dracena, Miranda e Kléber - Maldonado, Elano e Alex - Robinho, Deivid e Tévez.
Pra terminar a seleção celeste da última década: Fábio - Jonathan, Edu Dracena, Cris e Sorín - Maldonado, Fabrício, Ramirez e Alex - Aristizabal e Fred.
Um abraço a todos os que acompanham o de las pelotas e até a próxima aparição esporádica.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

De las pelotas – do retorno, após um fim de semana conturbado



Depois de um tenebroso inverno ocasionado por motivos diversos, incluindo a derrota brasileira na African Safari Cup, ocasionada principalmente pelo distúrbio mental e midiático da comissão técnica e dos jogadores; o fechamento do templo sagrado chamado Mineirão que transformou os times de BH em equipes itinerantes; o conturbado primeiro semestre cruzeirense; e o inferno astral, macumba brava, pelo qual passou o Glorioso do lado negro da lagoa, volto a despejar minhas humildes interpretações futebolísticas, neste empoeirado, porém celebre canal digital de opinião.

Pra começar queria dizer que respeito muito os Gloriosos Campeões do Gelo e que não sou adepto do escárnio em momentos de decepção clubística afetiva. Torço para o Cruzeiro desde que me entendo por gente e sou daqueles que prefiro ver meu time campeão a ver o rival rebaixado. Me sinto tranqüilo em dizer isso, pois desde o inicio alertei os riscos que o Pôjeto do Pofexô Luxemburgo oferecia e que mesmo campeão mineiro, em um campeonato que os jogadores dos azuis claramente entregaram, pela insatisfação de relegados a reserva pelo comandante Adílson, passaria dificuldades no nacional por ter desmontado toda a base, mesmo que não tão sólida, deixada pelo perseguido Celso Roth, 7º lugar do Brasileiro de 2009. Enfim, Dorival Junior vem se provando claramente um técnico, primeiramente corajoso, por ter assumido um compromisso deste quilate e tecnicamente capaz de estabilizar a casa da mãe Joana que vem sendo o Atlético do impagável Alexandre Kalil. Porém, me mantendo imune ao otimismo dos loucos atleticanos, ainda não se tornou um time maravilhoso, só vi ainda um time mais organizado e seguro pra errar e acertar, o que nos certames nacionais faz muita diferença. Como provou o Clássico, digno de letra maiúscula, de ontem, no Parque do Sábia.

Dorival Júnior, que em seu último Cruzeiro e Atlético tinha saído vitorioso por 4 a 3, pelo lado azul, em um jogo não menos memorável que o de ontem, conseguiu a façanha de enfrentar de igual pra igual o agora vice líder nacional batendo forte nos principais pontos fracos cruzeirenses, atrás da ontem displicente linha de volantes e abusando da fraca marcação dos laterais celestes, que ou estão fora de forma ou desmotivados demais pra serem campeões brasileiros. Enfim, o que mais me chamou atenção do primeiro tempo da partida nem foram os incríveis três gols da exótica figura chamada Obina, o adjetivo incrível usado pra salientar a inexistência da crença anterior desta possibilidade de acontecimento, mas foi a postura de “somos muito melhores que esses caras de preto e branco” demonstrada pelos azuis em um jogo que era fundamental na busca do título, postura que me fez lembrar os tempos de Paulo Autuori e Fábio de costas, quando os celestes tiveram não só a última derrota jogando titulares contra titulares em um clássico, mas talvez a última humilhação pública de sua história recente. Humilhação que quase se repetiu ontem, não fosse a valentia do veterano Gilberto que quando entrou deu mais confiança ao time, depois da patética cobrança de pênalti executada pelo camisa 10 da equipe e o seguido terceiro gol atleticano, conseqüência clara do baque psicológico ocasionado pela cavadinha maldita.

No final da história fica o fato de que os galináceos ganharam força suficiente pra não só saírem ilesos da briga contra o rebaixamento, como também capazes de sonhar em vencer a verdadeira briga de galo que terão contra o Palmeiras de Kléber e Scolari pela sul americana e contrariar a tendência a fracassos que segue a equipe em torneios eliminatórios. Aos celestes fica mais uma vez a lição de que jogando da maneira displicente e apática que entraram em uma partida de tamanha importância, como a de ontem, não serão campeões de coisa alguma.

Divagações finais

Entre Adilson e Cuca o melhor é o Dorival? Jonathan, será que as vaias do Mineirão estão fazendo falta? Depois de um ano como este, seria justo Atlético, Palmeiras, Goiás ou Avaí jogarem a Libertadores de 2011? Não é irônico um pênalti displicente do craque da equipe adversária favorecer Dorival Junior?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Delírios visuais a partir de um palito, em uma mesa de bar















Pequena série de experimentos visuais, regados a cerveja e cigarros.












































sábado, 31 de julho de 2010

De las pelotas - quando se fala de reformulações e paciência


Confesso que não assisti a semi-final sulamericana entre dois gigantes do futebol brasileiro. No horário estava a tomar uma cerveja depois de mais um ensaio com o DEZ é NOVE, o digníssimo trio musical do qual faço parte. No entanto, sei que não perdi muito. Ao analisar os melhores momentos da partida, exclusivos dos colorados, sei que foi mais uma partida na qual o dito "maior clube brasileiro" se acovardou frente a um time que jogou futebol de maneira eficiente, organizada, corajosa e ofensiva.
Na fase anterior, a estratégia de se fechar no gramado recém retirado do Gigante da Pampulha, deu certo, pela ineficiência dos atacantes celestes para finalizar. Kléber, Thiago Ribeiro e cia limitada perderam um caminhão de gols. Ok, os contra-ataques tricolores foram mortais e os dois gols, não marcados, mas assinados por Fernandão, aconteceram em momentos fundamentais da partida. Mas é fato que os ainda comandados por Adilson Batista mereciam melhor sorte naquela noite. Assim como mereciam disputar uma vaga com os colorados, que enfim conseguiram montar um grande time, mais que isso um forte elenco e grande candidato a conquista da América, assim como certamente disputará bravamente o título nacional.
Com todo o respeito, mas o São Paulo investiu bastante para esta temporada, assim como na temporada anterior, contratou os principais jogadores que se destacaram no país e trouxe bons jogadores que estavam no futebol europeu e ainda sonhavam em vestir a camisa canarinha. Enfim, formou um grupo com jogadores almejados por todos os grandes times brasileiros e acaba com um time medroso como este. Jogadores insatisfeitos e acomodados que não se identificam e por isso não se empenham pelo time. Podem até conseguir a reviravolta em seus dominios, mas não acredito. Seria necessária uma mudança drástica na maneira de jogar da equipe, é pouco o tempo. É certo que no futebol acontecem coisas inesperadas. Árbitros amigáveis. Uma expulsão ou um gol fortuito no início da partida podem mudar muita coisa. A ver.
O Internacional é um bom exemplo de como a formação de um time, independente dos recursos financeiros disponíveis, é uma tarefa complexa e que exige da coordenação e diretoria técnica-administrativa do clube inteligência, precisão na avaliação de dados e resultados, competência para interferir no projeto sempre que necessário e, talvez o mais importante, paciência.
Esse grupo colorado, que ainda não ganhou nada, mas vem mostrando o melhor futebol em territórios nacionais, desde o término da Copa do Mundo, começou a ser formado há pelo menos duas temporadas. Os jogadores promissores formados no clube tiveram tempo para ganhar confiança e o respeito do grupo, as contratações, mesmo que não tenham dado resultados imediatos, foram mantidos no elenco para se tornarem fundamentais com o passar do tempo. E contratações cirúrgicas foram feitas pra aprimorar o elenco e torná-lo candidato a títulos. Vale de lição para todos os times que terão que passar por um processo de renovação durante a competição nacional.
A incompetência em formar o time em seis meses de temporada e mais de um mês de paralisação, não pode ser compensada com a contratação de jogadores a granel e a simples destruição do que foi feito até o momento. Cito um exemplo em contra-posição ao Inter, o glorioso Clube Atlético Mineiro e seu manda-chuva, pofexô Luxemburgo. O Todo Poderoso mais uma vez recebeu de um grande time brasileiro, mesmo que decadente, a carta branca pra fazer o que bem desejar. Contratar quem bem entender, mandar embora quem ele quiser. Até o momento, seu grande time está com as pernas atoladas na zona de rebaixamento, na penúltima posição do campeonato. Mas tudo bem, pra ele o trabalho vem sendo feito e não existe nem sombra de preocupação. O time ainda tem chances de ser campeão. Os principais reforços ainda estão fora de forma e quando esse time ficar pronto sai de baixo, vai destruir todos seus adversários e enfim fazer uma das mais sofridas torcidas do mundo feliz novamente, novamente? Os amigos atleticanos podem até acreditar nesse papinho furado, mas eu duvido viu. A história foi bem parecida nos dois últimos clubes que o técnico passou. Promessas de glórias esquecidas, formação de um time incrível, contratação de jogadores "promissores" e apostas em retornados da Europa, ainda ganhando salários europeus. O que ficou no final, nos dois casos, foi um elenco cheio de jogadores mais ou menos, dividas exorbitantes e a necessidade de renovação rondando o clube novamente. O Santos se salvou pelo surgimento de jovens valores, melhores que a grande maioria dos jogadores que atuam em gramados nacionais e aposta nos meninos a possibilidade de salvação técnica e financeira. Já o Palmeiras, ainda não conseguiu se recuperar. O tempo dirá o que vai acontecer na Cidade do Galo.
Não poderia falar em reconstrução de elenco e não analisar a situação dos celestes, agora comandados por Cuca. Nada mudou ainda, ou o que mudou ainda não deu resultado. O time se encontra ainda na parte de cima da tabela pelo bom desempenho que teve na fase pré-Copa, ainda com o técnico que montou este grupo e disputando paralelamente a Libertadores. O atual treinador ainda está tentando conhecer o grupo de jogadores que tem a sua disposição, conseguiu alguns resultados importantes, mesmo com muitos problemas de lesões. Amanhã, tem uma prova de fogo no clássico mineiro, jogo que definirá o sentimento dos exigentes e chatos torcedores celestes em relação a seu trabalho.
Será definitivamente o clássico mais equilibrado dos últimos tempos, a necessidade de vitória dos campeões do gelo e o ambiente exclusivamente atleticano serão fatores de pressão para o elenco estrelado. Uma vitória na partida de hoje provará que os cruzeirenses podem esperar algo de diferente do treinador e que o grupo de jogadores é capaz de enfrentar a maratona do brasileiro e conquistar ao menos uma vaga para a Libertadores do ano que vem, que seria a quarta seguida. Um empate será ruim para as duas equipes, que verão seus objetivos para a temporada se distanciarem ainda mais e uma vitória preta e branca significará um novo folego para os atleticanos tentarem participar de disputas proporcionais ao tamanho do investimento feito até agora. A ver.